A Síndrome do Ovário Policístico, altera os níveis de hormônios circulantes no sangue, levando a formação de diversos cistos no ovário
Por Gislene Barbosa
A Síndrome do Ovário Policístico, não é uma doença que atinge somente o útero, mas sim todo o sistema feminino, pois é um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários fazendo com que eles aumentem de tamanho.
Os sintomas mais comuns são: menstruação irregular, ausência de menstruação, dificuldade para engravidar, aparecimento de pelos em excesso, oleosidade na pele, acne, infertilidade, obesidade, também pode acarretar queda de cabelo, estresse, depressão, entre outros.
Quando se pensa em tratar alguma doença, os remédios normalmente são os primeiros receitados, como a pílula anticoncepcional – muito indicada no caso da SOP, porém possui inúmeros efeitos colaterais. No entanto, em algumas situações é possível tratar de forma natural, já que não infelizmente a síndrome ainda não tem cura.
Nem sempre é o método mais fácil, pois exige uma mudança no estilo de vida, paciência e autoconhecimento, mas o seu corpo agradece! Os cuidados envolvem: uma alimentação saudável e prática de atividades físicas. Além disso, os suplementos e fitoterápicos também podem auxiliar.
Para as mulheres que não conseguem engravidar, também têm os tratamentos que estimulam o aumento da fertilidade.
Inserir na rotina esses cuidados pode ajudar a ter uma vida com mais saúde, porque as mulheres com essa condição têm mais chances de desenvolver diabetes, dislipidemias, hipertensão… Por conta disso, cada vez mais as alternativas naturais são escolhidas pelo público feminino.
É importante ressaltar que, cada mulher é única e cada corpo é um corpo, por isso procure um médico antes de iniciar qualquer tratamento, e siga as recomendações de profissionais.
Ginecologia Natural
Andrea Rebello, é médica ginecologista praticante da Ginecologia Natural e obstetra entusiasta do parto humanizado. Em seu blog ela explica o que é esse método.
“É um caminho que procura observar e conhecer melhor os ciclos femininos, prezando pelo autoconhecimento, autocuidado e empoderando da mulher na relação com seu próprio corpo. Estimula que cada mulher procure dentro de si a origem dos desequilíbrios que geram as doenças. É um resgate de sabedorias ancestrais, focado em tratamentos naturais e alternativas ao que a medicina tradicional propõe, trazendo um olhar holístico, sensível e buscando a saúde, ao invés da doença. É também um movimento que reflete a insatisfação das mulheres com o modelo de saúde imposto atualmente e que busca uma maior consciência em relação ao que é ou não saudável para si, para o coletivo e para o planeta”.
Inclusive, Andrea Rebello ressalta que a pílula anticoncepcional e os hormônios não são descartados, mas sim devem ser utilizados com cautela.
“Nada é proibido, a pílula não é a vilã aqui, muito menos um monstro que deveria ser banido. O que a ginecologia natural traz para debate é o uso indiscriminado de hormônios. Muitas mulheres que usam pílula anticoncepcional, reposição hormonal na menopausa ou outras medicações com hormônios não têm real consciência dos riscos nem são ofertadas outras [opções] terapêuticas”.
Alimentação saudável
A parte da alimentação é muito significativa, por isso sempre que possível esteja em contato com um nutricionista. A Carol Faria especializada em SOP, ajuda as mulheres através da alimentação, tanto na área da saúde, como da autoestima e da fertilidade.
No Instagram (@nutricionista_carolfaria) a nutricionista posta diversos conteúdos gratuitos que podem auxiliar quem tem a síndrome, mas também realiza atendimentos para quem quiser saber como tratar de forma natural e sem medicamentos.
Em um post sobre o assunto, Carol Faria explica como minimizar os efeitos da doença endócrina através dos alimentos. “Na SOP, a alimentação para o controle dos hormônios, para eles poderem agir da maneira correta é muito importante. Com a alimentação, você consegue colocar em níveis normais a testosterona, insulina e hormônios da tireoide. Manter uma alimentação com carboidratos de baixo índice glicêmico, que serão absorvidos com uma maior lentidão, evitando os picos de insulina, é importante, tanto para o controle da insulina em si como para o tratamento global da SOP. Evitar os carboidratos refinados como doces, farinhas brancas também é preciso”.
Atividade Física
Praticar atividade física é essencial para todos, mas no caso das mulheres com essa síndrome, ela se torna ainda mais necessária. Neste caso o Yoga pode ser um grande aliado, pois praticar auxilia a diminuir o peso, estresse, depressão, colesterol, diabetes e de acordo com um estudo realizado pela Faculdade estadunidense de Medicina em Erie e publicado no Jornal “Journal of Osteopathic Medicine”, a prática regular de mindful yoga pode melhorar os níveis de andrógeno em mulheres com síndrome do ovário policístico.
Na pesquisa eles obtiveram o seguinte resultado: das 22 mulheres que completaram o período de intervenção de 3 meses, 13 ficaram no grupo de yoga consciente e 9 no grupo de controle. As comparações emparelhadas de parâmetros pré e pós-intervenção indicaram que as mulheres que completaram a intervenção de yoga consciente tiveram níveis de testosterona livre significativamente mais baixos. Também observaram melhorias na ansiedade e depressão dessas mulheres.
O essencial é buscar ajuda profissional tanto para a saúde física quanto para a saúde mental, sendo assim, se unir todos os cuidados é possível observar os benefícios no seu corpo!
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