O estado neutro: agir sem se perturbar
- Redação Entre Asanas

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A Bhagavad Gita, um dos textos mais reverenciados da filosofia indiana, oferece lições precisas sobre o equilíbrio mental e emocional. Em seus versos, o tema do Satva — o estado harmonioso ou “neutro” — é apresentado como a condição ideal da mente humana. No capítulo 2, versos 14 e 15, o manual ensina:
“O aparecimento temporário da felicidade e da aflição, e o seu desaparecimento no devido tempo, são como o aparecimento e o desaparecimento das estações de inverno e verão... e precisa-se aprender a tolerá-los sem se perturbar”.
E prossegue:
“Quem não se deixa perturbar pela felicidade ou aflição, e permanece estável em ambas as circunstâncias, está certamente qualificado para a libertação”.
O ensinamento é claro e profundamente atual: manter-se estável diante das oscilações da vida é um ato de sabedoria e maturidade psíquica. O estado neutro não representa indiferença ou omissão, mas uma ação lúcida, livre das forças reativas da conservação (tamas) e do movimento (rajas).
Inteligência emocional é agir sem identificação
É o agir sem apego, sem identificação com os polos antagônicos. Trata-se de atuar com base na prajna (sabedoria intuitiva), na satya (verdade) e no dharma (propósito). Quando o pensamento e o comportamento se alinham a esses princípios, a dualidade ilusória — que divide o mundo em opostos e alimenta o sofrimento — simplesmente se dissolve.
Assim, a Bhagavad Gita antecipa, com precisão milenar, o que hoje chamamos de inteligência emocional — a capacidade de agir com serenidade em meio às estações inevitáveis da existência.







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