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Fitoterapia: o que é e como ela pode nos ajudar?


Fitoterapia é basicamente uma técnica que estuda os benefícios e funções de plantas medicinais.


Por Gislene Ana Barbosa





Algumas plantas e vegetais possuem efeitos curativos, auxiliando na melhora e prevenção de doenças. Sendo assim, a fitoterapia vem para analisar a flora, para que os profissionais de saúde possam indicá-los em alguns casos para os seus pacientes. Entre os profissionais que lidam e podem indicar os medicamentos fitoterápicos estão: os médicos, farmacêuticos, nutricionistas e fisioterapeutas.


A área da psiquiatria também pode utilizar-se desse método para tratar pessoas com transtornos mentais de uma forma mais natural, com menos incômodos dos efeitos colaterais. Melhorando os casos das pessoas com insônia, ansiedade, depressão. Inclusive está disponível no SUS tratamento com fitoterápicos. Foi criada em 2006, pelo Decreto nº 5.813, A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, com o intuito de trazer para a população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos. Também possibilita o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional.


De acordo com o Ministério da Saúde:

“Até o final de 2016, mais de três mil unidades de saúde, de 900 municípios, ofertavam produtos fitoterápicos e plantas medicinais no Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de 12 mil pessoas são beneficiadas, por ano, com o uso de medicamentos fitoterápicos industrializados, fitoterápicos manipulados, drogas vegetais e planta medicinal fresca.”


O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos dispõe-se:


• Inserir plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS, com segurança, eficácia e qualidade, em consonância com as diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS;

• Promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais e remédios caseiros;

• Promover a inclusão da agricultura familiar nas cadeias e nos arranjos produtivos das plantas medicinais, insumos e fitoterápicos;

• Construir e/ou aperfeiçoar marco regulatório em todas as etapas da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, a partir dos modelos e experiências existentes no Brasil e em outros países, promovendo a adoção das boas práticas de cultivo, manipulação e produção de plantas medicinais e fitoterápicos;

• Desenvolver instrumentos de fomento à pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e inovações em plantas medicinais e fitoterápicos, nas diversas fases da cadeia produtiva;

• Desenvolver estratégias de comunicação, formação técnico-científica e capacitação no setor de plantas medicinais e fitoterápicos;

• Promover o uso sustentável da biodiversidade.

Fonte: https://antigo.saude.gov.br/acoes-e-programas/cebas/legislacao/693-acoes-e-programas/40041-programa-de-fitoterapico-e-plantas-medicinais


Com o passar dos anos aumentou a procura de tratamentos alternativos que não prejudicam tanto o organismo como os remédios convencionais. Segundo a Abifisa (Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde), o setor tem crescimento contínuo e registra um aumento de 10% ao ano.


Também apontou uma crescente devido ao isolamento social, um estudo realizado pela Fiocruz registrou que mais da metade da população brasileira (61,7%) recorreu à meditação, fitoterapia, reiki, aromaterapia, homeopatia e outras Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs) no primeiro ano da pandemia de Covid-19, em 2020.


Vale ressaltar que os medicamentos naturais também podem ter efeitos colaterais e trazer riscos, alguns alimentos e plantas quando consumidos em excesso podem prejudicar a saúde.


Alguns tratamentos fitoterápicos para:


Ansiedade

Quando se tem transtorno de ansiedade diversos sintomas podem aparecer, como a irritabilidade, falta de sono, tensões musculares, taquicardia, inquietação, tremores, entre outros. Três plantas são muito conhecidas e podem ser utilizadas neste tratamento por possuírem ações ansiolíticas, com eficácia comprovada e aprovada pela legislação de fitoterápicos. São elas:

  • Cava-Cava (Piper methysticum)

Também conhecida como Kava-kava, esta planta medicinal pode atuar de forma semelhante a um ansiolítico por acalmar condições nervosas, induzindo ao relaxamento e ao sono, regulando a ação do neurotransmissor GABA no cérebro.

  • Maracujá (Passiflora incarnata)

Também conhecida como por flor-da-paixão, ela possui propriedades calmantes, sedativas, soníferas e até hipnóticas, podendo auxiliar no tratamento da ansiedade, tensão nervosa, insônia e dificuldade de concentração.

  • Valeriana (Valeriana officinalis)

Nomeada também como valeriana-das-boticas ou valeriana selvagem, assim como as plantas anteriores, ajuda no tratamento da ansiedade por causar efeito calmante, sedativo e relaxante.


Diabetes

A Diabetes Mellitus se caracteriza pelos altos níveis de glicose no sangue (hiperglicemia). Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, “a doença pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, produzido no pâncreas, pelas chamadas células beta. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta, portanto em acúmulo de glicose no sangue”.

Algumas plantas podem auxiliar como tratamento complementar e os seus benefícios são somados à terapêutica convencional, elas são:

  • Pata-de-vaca (Bauhinia forficata)

Conhecida popularmente também como mão-de-vaca ou unha-de-boi, ela possui ação hipoglicemiante, conseguindo diminuir os níveis de glicose no sangue. A planta também tem propriedades antioxidantes, analgésicas, diuréticas e laxantes.

  • Melão-de-São-Caetano (Mormodica charantia)

Melãozinho, melão amargo, erva-de-São-Caetano ou fruto-de-cobra são alguns de seus nomes. Essa planta possui atividade hipoglicemiantes, auxiliando a regular os níveis de açúcar no sangue. Além de ter ação cicatrizante, antirreumática, hipoglicemiante, antibiótica, antiviral, antidiabética, adstringente, depurativa, laxativa e purgativa.

  • Jamelão (Eugenia jambolana)

Vulgarmente conhecida por ameixa-preta ou jambolão, ela detém em diferentes partes, especialmente em seus frutos, sementes e casca do caule, atividade antidiabética. Ela reduz o índice glicêmico e a pressão arterial por ter substâncias que trabalham como uma espécie de insulina.


Síndrome da tensão pré-menstrual (TPM)

É a soma de vários sinais e sintomas que ocorrem geralmente antes da menstruação, podendo ser tanto psicológicos quanto físicos. Em alguns casos eles podem durar até o final do ciclo menstrual ou podem desaparecer logo no primeiro dia do fluxo. Os sintomas podem ser: ansiedade, irritabilidade, dores abdominais, ganho de peso, cefaleia, aumento de apetite, fadiga, palpitação, tremores, insônia, entre outros. Os fitoterápicos que podem ajudar neste caso são:

  • Erva-de-São-Cristóvão (Cimicifuga racemosa (L.) Nutt.)

Conhecida também por “black cohosh”, ela apresenta efeitos anti-inflamatórios e analgésicos, aliviando os sintomas da TPM, mas que também é capaz de auxiliar a regular o ciclo menstrual. Podendo ser usada nos casos de distúrbios da menopausa e pré-menstruais, dismenorreia (dor pélvica que se manifesta no primeiro dia do período menstrual) e espasmos uterinos.

  • Vitex agnus-castus

Popularmente conhecida como agno-casto, árvore-da-castidade, alecrim-de-angola, cordeiro-casto e flor-da-castidade. Normalmente é uma planta que utilizam o seu chá para tratar a TPM, a menopausa e usam como anafrodisíaco. Estudos também relataram que além de atuar contra a síndrome pré-menstrual possui benefícios no tratamento da menstruação irregular e dolorosa, infertilidade e endometriose.

  • Óleo de Prímula

Esse óleo é obtido através das sementes de Oenothera biennis L. Por ser considerado rico em ácido gama-linolênico que atenua os sintomas da tensão pré-menstrual, ele é bastante utilizado pelas mulheres que pretendem aliviar esses sintomas da TPM, mas também os da menopausa, assim como diminuição de cólicas, dores nos seios e também da irritabilidade.


Esses foram alguns exemplos, porém lembre-se sempre de procurar um profissional de saúde especializado no uso de plantas medicinais antes de começar qualquer tratamento.


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