Mazelas do YOGA: Of the King, the Power Demanded the Best
- Redação Entre Asanas
- há 20 horas
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É curioso como muitos se indignam ao ver pastores adolescentes encenando espetáculos absurdos com temas tão sérios quanto a fé, ludibriando pessoas que buscam alívio e sentido para suas dores. Esse mesmo público, no entanto, costuma achar divertido quando professores de Yoga fazem gracinhas sobre temas frívolos, misturando superficialidades ao que deveria ser uma tradição de profundidade milenar. Esse contraste revela algo incômodo: a tolerância seletiva para a mediocridade espiritual, mesmo quando se busca a elevação e a transformação.
Quando se trata de Yoga, é comum encontrar professores que, entre piadas sobre festas e moda, não se preocupam em transmitir o verdadeiro conhecimento. A superficialidade impera, mas é muitas vezes disfarçada por roupas sofisticadas e poses milimetricamente ensaiadas para o Instagram. A questão é: será que essa teatralidade aproxima alguém do verdadeiro propósito do Yoga?

Sustentando a ignorância com poses e estilo
Na superfície, os modernos estúdios de Yoga parecem ser espaços de autoconhecimento e transformação, mas a realidade pode ser bem diferente. Entre os tapetes caros e o aroma de incenso, esconde-se muitas vezes uma desconexão profunda com as raízes da prática. Pessoas instruídas que, mesmo de classe média alta, seguem cegamente as instruções de professores que raramente leram, ou compreenderam, os textos fundamentais do Yoga. Sem questionar, repetem sequências de posturas e mantras que, para muitos, são apenas uma coreografia sem sentido, longe dos profundos ensinamentos do Yoga Sutras ou HathaYoga Pradipiká.
Esses alunos acabam presos em um ciclo semelhante ao dos fiéis que criticam em outras tradições: seguem gurus que talvez não compreendam, nem respeitem, a profundidade do que professam. Para quem busca o verdadeiro Yoga, a solução é clara, mas exige esforço: estudar, questionar, investigar. Não basta decorar nomes de posturas ou frequentar aulas em ambientes sofisticados. O conhecimento é um caminho sem atalhos.

A ignorância não é um privilégio da fé cega
Há um paradoxo notável na cultura contemporânea do Yoga: aqueles que se orgulham de suas práticas sofisticadas e seus professores iluminados frequentemente estão tão perdidos quanto os fiéis que zombam em outros contextos. A diferença é que, enquanto uns seguem pastores mirins com teatralidade exagerada, outros reverenciam professores que vendem uma espiritualidade embalada para consumo rápido, com promessas de imunidade a doenças e "elevação instantânea" da consciência.
A tradição original do Yoga não foi desenvolvida para ser superficial. Pelo contrário, exige rigor, disciplina e estudo contínuo. Como em qualquer caminho sério, não há atalhos. Os textos fundadores, como o Yoga Sutras de Patanjali, não foram escritos para serem decorados superficialmente, mas para serem vividos e compreendidos em profundidade. Aqueles que realmente buscam essa transformação precisam ir além das aparências e se debruçar sobre as fontes originais, para que não se tornem apenas mais um elo na corrente de ignorância que hoje domina grande parte do mercado.
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