No final das contas, ficar bem consigo e com os outros é uma questão de vontade e ação
Por Lilian Christine
Imagina você sofrer de ansiedade e ainda ter que lidar com notícias sobre a pandemia o tempo todo? Para o psicólogo carioca Fábio Deminicis, a pandemia trouxe a ansiedade para todo tipo de pessoa, independente de sua classe social e idade.
“Pacientes meus que já tinham ansiedade, agora com a pandemia estão trancados dentro de casa e chegam quase a ter pânico em sair na rua”, explica Fábio lembrando que trabalha várias questões com os seus pacientes para driblar a ansiedade e os pensamentos negativos.
Dessa forma, nunca o termo positividade foi tão importante. Pode parecer uma contradição, mas é nos momento mais difíceis que devemos nos manter resilientes e com esperança de que a situação vai melhorar. Essa é a visão da psicologia positiva criada entre os anos de 1997 e 1998 pelo psicólogo Martin Seligman e que busca priorizar os elementos que trazem felicidade e bem-estar às pessoas em detrimento dos aspectos negativos.
Seligman explica em sua obra The Optimistic Child (A Criança Otimista), que devido às circunstâncias da vida aprendemos a ser pessimistas, mas que podemos transformar nossos pensamentos negativos em mais positivos.
Vários estudos comprovam também que as pessoas que conseguem ser mais otimistas e positivas conseguem ter mais autoestima pois acreditam em si mesmas e em suas habilidades de lidarem melhor com as situações sejam elas agradáveis ou não.
A seguir separamos algumas dicas valiosas para você começar a aplicar durante a pandemia (e se possível manter em sua vida diária) como uma forma de manter a positividade e a autoestima independente da situação. Vamos conferir?
1- Pratique atividade física
Parece clichê não é mesmo, mas a prática da atividade física estimula a produção de serotonina, ajuda a melhorar os batimentos cardíacos, a respiração, melhora a imunidade e, de quebra, ajuda a evitar o sedentarismo.
Durante a pandemia as academias fecharam, mas isso não é desculpa para ficar parado. O médico lembra que com a pandemia, as pessoas podem usar a criatividade para se exercitar.
Que tal subir e descer escadas no seu prédio ou mesmo pular corda em casa para estimular o sistema cardiorrespiratório?
“Tenho um paciente que quando começa a sentir crise de ansiedade, ele desce e sobe escadas do seu prédio, até se acalmar. E além de controlar a ansiedade tem ajudado ele a perder peso”, conta o psicólogo Fábio Deminicis.
2 - Evite só assistir notícias ruins
Ninguém deve se alienar do mundo e evitar notícias, mas é necessário ter um bom senso e consciência do que não faz bem para o emocional.
“Acho que é importante fazer um acompanhamento das notícias, mas ficar apenas consumindo esse tipo de informação vai apenas ajudar a aumentar a ansiedade que já está dentro do indivíduo. O mesmo serve para o consumo de matérias ruins pelas redes sociais, o que é muito nocivo”, alerta Fábio.
Portanto, lembre-se de assistir a um desenho animado com as crianças ou um filme romântico para relaxar!
3 - Tente se conhecer mais
O médico lembra que a percepção de si mesmo e de seus sentimentos é muito importante para lidar com questões emocionais.
“Muitas vezes temos sentimentos que não são de ansiedade, mas apenas expectativas sobre algo que vai acontecer e as pessoas acabam se confundindo. Por isso se entender, principalmente nesses momentos são importantes. Ansiedade, expectativa e medo são sentimentos distintos mas que nosso corpo reconhece de formas próximas e por isso precisamos saber qual sensação estamos tendo”, alerta Fábio.
4 - Pratique meditação
Meditação e yoga são formas excelentes de desacelerar o pensamento, além de proporcionar um maior controle de si e de pensamentos negativos. Outra dica é que são práticas que podem ser feitas online, em casa e respeitando o isolamento social.
“Toda atividade que versa com autoconhecimento é muito válida ”, conclui o médico.
5 - Faça bem ao próximo
Que tal fazer uma compra para uma pessoa idosa do seu prédio? Ou ajudar a alguma Ong, asilo, pessoas em vulnerabilidade social?
Wilma Penteado trabalha há 12 anos em um consultório médico e conta que está fazendo trabalho voluntário nesse momento, doando alimentos para moradores de rua.
Para o Doutor e Professor em Psicologia Carlos Américo, o altruísmo é o fator mais importante para a experiência da felicidade e mesmo sendo um gesto inato ao ser humano, ele pode ser aprendido a partir da observação daqueles que fazem o bem.
“Ser solidário e ajudar os outros sem esperar algo em troca têm sido o comportamento de várias pessoas durante a pandemia. E muitos ainda ajudam oferecendo o pouco que têm”, explica Carlos lembrando que esses comportamentos trazem positividade e felicidade para quem faz e claro para aqueles que recebem a ajuda. “Fazer o bem é um dos maiores exemplos de positividade”, finaliza o professor.
Que tal começar a fazer o bem agora nesse momento em que a solidariedade nunca foi tão importante?
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